top of page

SATAN SATIE
ou memórias de um amnésico

FICHA TÉCNICA 

Roteiro e direção : Juruna Mallon e Lucas Parente
Fotografia e câmera : Daniel Correia e Guto Parent
e
Assistente de direção : Ticiana Lima
Som : Juruna Mallon
Figurino e desenhos : Flávia Memória
Atores : Ornella Volta, Guto Parente, Sey Samba, Hervé Masquelier, Nabil, Jules Labrousse


FESTIVAIS

VII Semana dos Realizadores (2015)
Visions du Réel (2016)

11ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (2016)
18˚ Festival de Curtas de Belo Horizonte (2016)
Prêmio do Filme Livre na 16ª Mostra do Filme Livre (2017)

FORTUNA CRÍTICA

VISIONS DU RÉEL

por Giona A. Nazzaro

Erik Satie’s work is at the heart of modern music. However, who was Satie? An elusive genius or a visionary misanthrope? The film tries to sketch an identikit of the musician through his notes and the places he lived in. Musicologists mostly agree in describing Satie’s music as inhabited by voids and holes. The long pauses between one musical passage and the other are musical structures unto themselves; therefore, the filmmakers create a dissonant Satielike universe in which empty spaces are adjacent to eloquent passages. Like a mysterious flower visible only to the eye that is willing to dance with its charm, the film unfolds little by little through mental associations and creative juxtapositions. There are no answers in the universe inhabited by the ghosts of Satie’s creations. Architectural forms and recollections from desires and acts of creative hubris compete to create a new world, which ultimately is the image of a new and more seductive pleasure principle. Satan Satie is a film that pushes against the boundaries of cinema.


 

MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO

por Francis Vogner dos Reis


Já Satan Satie ou Memórias de um Amnésico, de Juruna Mallon e Lucas Parente, é um trabalho radicalmente diferente dos dois anteriores [Dias de Trovão e Bahia Sci Fi citados no texto]. Reúne uma série de materiais distintos: anotações, gravuras, música, textos de fontes variadas. No entrelaçamento desses diferentes tipos de imagens sonoras, visuais e mentais (narrativas), os diretores constroem um tipo de autobiografia (ou autorretrato) imaginário do compositor e pianista francês Erik Satie. O filme dá aos espaços concretos uma espectralidade de espaço mental e tem uma imersão criativa não só nos relatos imaginários do artista, mas na tortuosidade de seu multivanguardismo.

FESTIVAL DE CURTAS DE BELO HORIZONTE

por Ana Moravi


Ensaio cinematográfico inspirado na vida e nas criações de Erik Satie (1866-1925), sarcástico e enigmático compositor da vanguarda do século XX. Espaços, composições, desenhos e escritos reverberam por uma dimensão reflexiva formalmente expressa em citações intertextuais à obra de Satie e ao cinema ensaístico. Das ruínas de um apartamento em reforma, um universo onírico se desdobra para movimentar os sentidos da experiência mística, radical e alheia às associações convencionais que marca a trajetória do artista. (Ana Moravi - Festival de Curtas de Belo Horizonte)



COMOVENTE FEITO DIABO

por Gabriel Sanna (Mostra do Filme Livre)


satie é um demônio tão canônico que dava pra fazer uma mostra só com releituras das gymnopédias enquanto bengala, tamanha a capacidade do vinte um memetizar latências e reduzi-las a referência sem que de fato sejam experienciadas. não é o caso certamente de satan, onde a partir das reminiscências de paisagens habitadas por um flâneur seminvisível, suas cartas empoadas e seu desajuste social disfarçado de ironia fina adentramos um dos mais taciturnos universos criativos da paris dos movimentos vanguardistas do início do vinte. ondas de rádio captam estilhaços de fala de pessoas que vemos de relance ao passo que somos esquecidos às ruínas de onde o cão viveu seu ostracismo. os caminhos que percorreu, as conversas pela metade, a música que nunca foi de fato compreendida pelos contemporâneos e que hoje é paradigma para os mais antenados movimentos de desconstrução harmônica, alicerce sobre o qual o filme se funda silenciosamente ao ressignificar cada um destes espaços - os internos, os externos, os imaginários - e dar vida à personagem-obra que a despeito de qualquer idiossincrasia é ainda das mais influentes de seu tempo.

bottom of page